segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dia 24 de Maio, dia nacional do café! Pt I - História

Amanhã, dia 24 de maio, é o dia nacional do café. E como o tema do blog é a bebida, não podia deixar de falar da bebida mais importante para o Brasil. Afinal, falar de Brasil e não falar de café é quase como falar de Escócia sem Whisky, ou de Alemanha sem cerveja. O café, como disse, é a bebida mais importante do Brasil, e me arrisco dizer que a é a mais adorada pelos brasileiros. Mas de onde veio? Para onde vai? Quais são os hábitos e onde vive essa criatura?
Bom, deixando a bobeira de lado, veremos um pouco da história. A lenda mais aceita sobre a origem do café é a de um pastor, da região onde hoje é a Etiópia, que começou a notar a agitação de suas cabras após comerem certos frutos de cor avermelhada ou amarelada. Ele percebeu que essa agitação as dava mais animo e forças para aguentar as longas caminhadas. Vendo isso, comentou com um monge da região, que após experimentar a fruta em forma de infusão, percebeu que ele lhe dava mais forças para ficar acordado durante suas longas jornadas de orações.
Alguns séculos depois, o café era cultivado na Arábia, passando então a ser chamado de "vinho da Arábia". E dai a origem do nome, "qahwa" significa vinho, e por isso, a bebida recebeu esse nome. Mas ainda assim, a cultura de se torrar o café, e bebe-lo como conhecemos, só veio no século XVI, na Pérsia.
Até o século XVII, o café era um segredo que somente os povos arabes conheciam, fazendo com que os europeus viajantes ficassem extremamente fascinados pela bebida, e passavam a tentar de todas as maneiras descobrir como era o seu processo de criação. E finalmente, após muitos anos os holandeses conseguiram as primeiras mudas e as plantaram no jardim botânico de Amsterdam, entregando o café para os europeus, que logo, aderiram o hábito do consumo do café.
Mas como o papo aqui é Brasil, vamos ao que interessa. Como tudo no Brasil, tivemos um "jeitinho" ao trazer o café para nossas terras. Depois de um bom tempo de vida na América do Sul, o Brasil, que ainda não produzia café, se interessou pela planta, mas ainda precisava conseguir as primeiras mudas. Ai é que entra o jeitinho brasileiro. A pedido do governador do Grão Pará e do Maranhão, o Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, se aproximou da esposa do governador da capital da Guiana (não sei vocês, mas acho que esse "aproximou" é meio suspeito não?) e conseguiu uma muda da planta. E é claro que não acaba por ai, além desse jeitinho, ainda teve de ser trazida clandestinamente, coisa que felizmente, já não acontece mais.
O café então passou a ser plantado em diversas partes do país, e se tornou o principal produto brasleiro. O local da maior destaque ao café, foi o Vale do Rio Paraíba em torno de 1825. E o Brasil, se aproveitando que seu principal concorrente, o Haiti, estava em período de guerras, tornou-se um grande exportador de café. Durante quase cem anos, o café foi a máquina propulsora do Brasil. Foi ele que nos fez desenvolver estradas e ferrovias, assim como foi ele que deu grande destaque à cidade de Santos, pela sua qualidade única no café, e claro, pelo seu porto ser um dos maiores exportadores.
Em 1870, uma forte geada acabou com quase todas as plantações do oeste paulista, e 59 anos depois, em1929, a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque fez com que os preços caissem bruscamente, fazendo produtores queimarem (literalmente) grande parte de sua produção para tentar segurar os preços. Mesmo com seus altos e baixos, o café se manteve no Brasil, e claro, no mundo. Hoje, o Brasil é o maior produtor e segundo maior consumidor de café no mundo, perdendo apenas para o Estados Unidos.
De uma forma ou de outra, o hábito do café brasileiro, é indiscutível, e amanhã, comemoraremos o dia nacional do café. E sempre com moderação... Mas amanhã falamos mais disso.

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